Um ex-gerente de um hotel de luxo em Brasília virou réu por homofobia, transfobia e racismo.
A Polícia Civil concluiu o inquérito e achou provas suficientes para denunciar Alfredo Stefani Neto ao Ministério Público.
Enquanto trabalhava no B Hotel, no centro da capital federal, o acusado tratava funcionários e hóspedes de forma discriminatória.
Segundo o G1, Neto ofendia trabalhadores do Nordeste com frases como "nordestina burra", "vai comer cuscuz" e "terrinha seca".
Ele tratou outro funcionário por "bichona" e quando a parada LGBT passou próxima ao estabelecimento Neto disse: "esses viados não vão embora".
Uma hóspede transexual foi chamada de "uma coisa" e "um cara" e ele afirmou que não queria "isso" no hotel.
Os crimes teriam se iniciado em junho de 2022.
"Até novembro de 2024, o denunciado continuamente ofendeu funcionários com base em sua aparência física e orientação sexual, criando ambiente de trabalho hostil, opressor e humilhante, conforme relatos de diversas testemunhas e vítimas", relatou o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
O órgão pediu indenização mínima de R$ 5 mil para cada vítima. Se condenado, o ex-gerente também pode pegar pena mínima de 10 anos de prisão.
Em nota, o B Hotel informou que assim que soube das denúncias afastou Neto, realizou uma "apuração interna rigorosa" e, então, o demitiu por entender que seu comportamento não estava de acordo com valores inegociáveis do grupo de respeito à diversidade e inclusão.
O estabelecimento, que possui mais de 280 funcionários, afirmou que contratou consultores especializados em diversidade para revisar e aprimorar suas políticas internas, realizou treinamentos sobre respeito às diferenças, criou canais de denúncia e realizou pesquisas com foco em prevenção e promoção de ambiente de acolhedor para hóspedes, colaboradores e parceiros.