Ter um amigo gay ajuda na aceitação de direitos

Análise de pesquisas demonstra que estar fora do armário colabora com respeito à cidadania arco-íris

Publicado em 28/12/2018
casal gay
Em 1973, 11% dos americanos sentiam que homossexualidade não tinha nada de errado. Já em 2016, a taxa foi a 52%.

Os sociólogos já estabeleceram há bastante tempo que quando as pessoas criam certo tipo de relação com outras, elas podem mudar suas atitudes a respeito de várias questões. Essa situação, muitas vezes referida como o “efeito de contato”, é explicado por Daniel DellaPost, professor de sociologia e associado do instituto CyberScience.

Nesse debate, há um específico sobre se conhecer uma pessoa com orientação sexual diferente pode influenciar atitudes em questões tais como a aceitação da cidadania gay e igualdade no acesso ao casamento.

DellaPost analisou dados de 2006, 2008 e de 2010 da pesquisa Geral Social, em inglês GSS, levantamento sociológico que pede a opinião dos americanos a respeito de série de questões.

Em 2006, cerca de 45% de pessoas que tinham conhecido ou amigo gay expressaram apoio ao casamento entre pessoas do mesmo gênero.

Em 2010, esse número tinha aumentado para 61%. E mais: em 2006, apenas 22% das pessoas que não tinham amigos gays não aprovaram o casamento do mesmo gênero, o que caiu na pesquisa de 2010 para 18%.

Os dados podem clarificar que os casais gays que se assumem como tal afetam positivamente a aceitação da homossexualidade pela população.

Em 1973, apenas 11% da população americana sentia que a homossexualidade não tinha nada de errado. Já em 2016, a taxa tinha aumentado para 52%.

A revelação da orientação sexual feita por homossexuais acelera a mudança de atitude da população em geral, uma vez que cria maior contato entre as pessoas em geral e o segmento gay.

Ver algum homossexual no supermercado ou no metrô, - o que provavelmente leva a pessoa a focar-se nos preconceitos, tal como a maneira de se vestir ou falar -, pode, inicialmente, reforçar comportamento negativo por parte de quem observa.

Mas se for elevado o nível de conhecimento - saber o nome do indivíduo ou ser alguém com quem se pararia para conversar durante um momento - o contato propicia que o homossexual venha a ser considerado como indivíduo, o que leva a pessoa heterossexual a reconsiderar preconceitos.

Cerca de 2.000 pessoas responderam ao questionário GSS de 2006. O número de entrevistados em 2008 e 2010 foi menor, mas cerca de 53% destes afirmaram ter pelo menos um conhecido homossexual.


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