Vítima de homofobia na Droga Raia, gay doa os R$ 40 mil da indenização

Publicitário dará parte do dinheiro para a Casa1 e com outra parte financiará bolsas de estudo para LGBT

Publicado em 13/05/2022
Publicitário gay Galileu é chamado de gaylileu na Droga Raia e ganha indenização
Galileu doará metade para a Casa1 e a outra metade para bolsas de estudo para LGBT

O publicitário Galileu Araujo Nogueira, de 33 anos, ganhou R$ 40 mil de indenização da Droga Raia após ser alvo de homofobia na rede de farmácias. Ele vai doar metade da indenização para a Casa1, centro de acolhida e cultura LGBT de São Paulo.

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No início de 2021, Galileu começou a receber mensagens pelo celular sobre descontos, algo comum feito por muitas empresas. O problema é que seu nome vinha grafado errado: "Gaylileu", fazendo alusão à palavra "gay".

Galileu conta que passava por constrangimentos também pessoalmente quando ia à rede - uma das maiores do País - e percebia que os atendentes evitavam falar seu nome ao lê-lo na tela. 

"Na hora que recebi essa mensagem, pensei: 'Deve ter sido um erro de digitação', mas alguns segundos depois entendi que não, era homofobia. Não havia sentido ser um erro de digitação em algo que sempre foi escrito certo nas mensagens", disse o publicitário, que é gay assumido. "O sentimento é bem perturbador."

Galileu entrou com ação contra a rede pedindo R$ 44 mil de indenização. Em abril, a Justiça determinou que a Droga Raia deveria pagar apenas R$ 4 mil.

A farmácia, então, fez acordo com o publicitário e seguiu a sugestão dele para pagar R$ 40 mil - sendo metade do valor à Casa1.

A sua parte, os outros R$ 20 mil, Galileu usará para dar bolsas de estudos para jovens LGBT que queiram se especializar em comunicação.

"O resultado da ação, para mim, é um excelente marco na luta contra a homofobia no Brasil", declarou o publicitário em suas redes sociais.

"A possibilidade de reverter a indenização, vindo de um ato de homofobia, e virando uma possibilidade de educação para comunidade é o que mais me deixa feliz no resultado desse processo."

A Droga Raia disse que ficou feliz com o desfecho, pois "poderá contribuir com a promoção contínua da diversidade", e "porque estamos aprendendo juntos como construir uma sociedade mais inclusiva".


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