A estreia da cantora Ana Carolina como artista em uma parada LGBT, neste sábado 4, é feita sob polêmica.
A famosa, que é bissexual assumida e um dos maiores ícones lésbicos do País, é grande atração da 20ª Parada do Orgulho LGBTQI+ de Cabo Frio.
O ponto de discórdia é que a prefeitura da cidade fluminense, responsável pelo evento e contratante da artista, é acusada de ter se apropriado indevidamente do nome da marcha. O Grupo Iguais, organizador tradicional do evento, agiu.
"Notificamos extrajudicialmente a Prefeitura de Cabo Frio, com cópia ao Gabinete do Prefeito, à Procuradoria Geral do Município, às Secretarias de Cultura e Governo, à Superintendência de Políticas Públicas e ao Programa Estadual Rio Sem LGBTIfobia, exigindo a cessação imediata do uso indevido da marca 'Parada do Orgulho LGBTI+ Cabo Frio', registrada no INPI."
O enfrentamento entre movimento LGBT e o governo vem de antes. Em comunicado, a entidade afirmou que o Poder Executivo local indeferiu o pedido de realização da marcha no próximo dia 12 "sob a justificativa de coincidência com festividades religiosas e infantis".
A entidade disse ter protocolado pedido na prefeitura em janeiro para fazer o evento em 14 de setembro ou 5 de outubro e que ambas alternativas foram negadas.
"Trata-se de uma tentativa clara de invisibilizar e apagar 18 anos de luta do movimento LGBTI+ em Cabo Frio, liderado pelo Grupo Iguais, organizador legítimo da parada desde a sua fundação", escreveu o coletivo no Instagram.
O presidente da ONG, Rodolpho Campbell, defendeu que a marcha é do movimento social.
"A Parada do Orgulho LGBTI+ de Cabo Frio é uma manifestação pública, não um evento mercantil ou controlado por interesses políticos”, declarou.
Ana Carolina não se manifestou sobre a polêmica em suas canais e apenas anunciou a apresentação.