Servidor do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Fred Buriti é candidato pelo Psol a uma cadeira na Câmara Municipal de BH nas próximas eleições.
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Homossexual assumido, Buriti já participou do núcleo de gênero e orientação sexual de sua legenda e revela militar individualmente em seu dia a dia pelos direitos LGBT.
Ao Guia Gay BH, o pleiteante contou o motivo pelo qual decidiu se candidatar e as dificuldades que têm encontrado por estar filiado a um partido ainda pequeno.
Por que decidiu se candidatar a vereador?
Porque Belo Horizonte possui 41 vagas na Câmara Municipal e nenhuma delas é ocupada por pessoas assumidamente LGBT. Isso diminui a representatividade desse segmento da população que fica à mercê de pessoas que não enfrentam problemas relacionados à discriminação e preconceito, enfrentados por nós, no dia a dia.
Militar como cidadão individualmente ou coletivamente é importante, mas é preciso ocupar os espaços institucionais para fazer valer nossa voz, nossas demandas e nossos direitos.
Por que escolheu o Psol?
Escolhi o Psol porque as bandeiras defendidas pelo partido são diretamente ligadas aos direitos humanos, a uma sociedade mais justa e igualitária, à distribuição das riquezas que estão concentradas com a elite deste país, bem como à atuação inspiradora e ética de parlamentares e demais militantes do partido.
Quais são suas principais bandeiras?
Tenho como propostas aplicar a "Lei Rosa" [norma que pune discriminação por orientação sexual em BH] em espaços públicos e fortalecer o Centro de Referência LGBT.
Também quero substituir os ônibus a diesel pelos elétricos, auditar a dívida pública municipal, lutar pela extinção da PBH Ativos S/A, pela ampliação da coleta seletiva e pelo fim da fluoretação da água.
E, é claro, todas essas pautas estão intrinsicamente ligadas ao fortalecimento da educação e da saúde da população.
Quais as maiores dificuldade que você tem enfrentado na campanha?
Fazer parte de um partido como Psol é um privilégio, mas, ao mesmo tempo, um tremendo desafio. Muitas vezes, somos nós, candidatas e candidatos, quem tomamos frente de tarefas, que em outros partidos e coligações são realizadas por filiados/funcionários contratados especificamente para cuidar das funções burocráticas e administrativas.
No meu caso, juntamente com o secretário-geral do partido em BH, ficamos encarregados de elaborar os mapas de mídia e de entregá-los às emissoras de rádio e televisão. Além disso, a arrecadação, doação e prestação de contas é trabalhosa e demanda a contratação de uma contadora.
Organizar-se para concorrer a eleições ainda é extremamente custoso, especialmente para partidos menores e que não recebem dinheiro de empresas, nem de filiados abastados.