Peça 'Boa Noite Cinderela' fala de respeito e solidão

Espetáculo com Amauri Reis cumpre temporada até 4 de setembro em BH

Publicado em 17/08/2016
Amauri Reis em Boa Noite Cinderela em cartaz em BH
Amauri Reis interpreta um bancário cinquentão que leva golpe de rapaz mais jovem

Um homem conhece um rapaz mais novo em uma boate, o leva para casa e acorda três dias depois sem dinheiro e sem os móveis em casa. Esse é o mote do espetáculo Boa Noite Cinderela, que retornou aos palcos de BH.

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No palco, sozinho, está o ator Amauri Reis que interpreta este bancário cinquentão - e bailarino clássico amador - vítima do golpe. Cheio de angústias, ele se pergunta: "Como é que vou contar para a minha mãe? Como eu vou contar para o mala do meu chefe?'.

Para Amauri, a peça trata da vergonha de um cara acometido por uma tragédia e que não saiu do armário. "É a partir daí que falamos de solidão e de amor, com um contexto atual, já que estamos vivendo num momento de exacerbação da homofobia, onde um cara entra numa boate e mata, a tiros, 50 homossexuais", diz, fazendo alusão à matança na boate Pulse, em Orlando, EUA, em junho passado.

"É um espetáculo que alerta para que as pessoas se respeitem, independente se é branco, negro, espírita, católico, hétero ou homossexual", define o ator. Amauri sentiu o desejo de montar a peça há dois anos e encomendou o texto ao amigo e também ator Carlos Nunes.

Para a diretora Inês Peixoto, a peça, mesmo abordando em uma questão específica, é universal. "É bonito, por exemplo, os momentos em que ele fala da solidão materna, essa solidão que a gente está acompanhado de milhões de seguidores de redes sociais, e ao mesmo tempo está todo mundo sozinho", diz

Para viver o personagem, o ator passou a ter aulas de dança e balé. "Amauri me mostrou, no primeiro dia de ensaio, a coreografia que ele trabalhou durante os dois anos a que ele se dedicou ao balé. Desta primeira cena, partimos para o 'acordar' de um 'boa noite Cinderela'. Mergulhamos nos temas da solidão, do preconceito, da fantasia, do amor e da perda", diz. 

"Assistimos filmes realistas sobre relações amorosas pagas, como por exemplo 'O Cheiro da gente'. Assistimos diversas versões de 'Cinderela' e 'O Lago dos Cisnes', mergulhando no universo encantador e feminino das princesas bailarinas. Bebemos em Chaplin e no Les Ballets Trockadero de Monte Carlo. Fomos encontrando nosso jeito de dançar, sofrer e rir dessa história", explica a diretora.

O espetáculo cumpre temporada até 4 de setembro no Teatro da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa de sexta a domingo. Mais informações - como horários e valores - você tem em nossa Agenda.


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