Por Marcio Claesen
Com atraso de três anos, chega aos cinemas brasileiros o drama gay chinês Moneyboys.
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Diriigido por C.B. Yi, o longa mostra Liang Fei (Kai Ko) se tornando um garoto de programa bem sucedido numa cidade grande.
Apesar de enviar dinheiro constantemente à família, que vive no interior, ele não é aceito por causa da sua homossexualidade.
Além de ter de lidar com a rejeição, Fei convive com a culpa de ter provocado - ainda que de forma involuntária - um acidente em um amor do passado.
Em meio a isso, surge Liang Long (Bai Yufan), uma paixão juvenil, de sua aldeia, que chega à metrópole decidido a seguir seus passos na prostituição.
O "não-dito", os silêncios e a introspecção são, ao mesmo tempo, o trunfo e o defeito de Moneyboys.
O filme foge do melodrama convencional e de momentos catárticos. Quase tudo é sugerido, mas não mostrado, inclusive o sexo.
Yi abusa de planos-sequência para mostrar situações cotidianas e também simbólicas na trajetória de Fei.
Por vezes, Moneboys remete a mestres do cinema, como Wong Kar-Wai, o que não é pouca coisa. É fácil entender porque ele integrou a mostra Un Certain Regard, do Festival de Cannes, em 2021.
No entanto, é justamente o isolamento de Fei que impede a conexão com o público. O jovem está tão submerso em sua melancolia e tão pouco à vontade para demonstrar seus sentimentos e desejos, que ele se torna distante.
O cineasta é feliz em evitar clichês do gênero e falar sobre homofobia de maneira enviezada numa sociedade conservadora, na qual até mesmo a prostituição é criminalizada.
Tivesse acrescentado mais humanidade ao seu protagonista, Moneyboys causaria mais empatia com a audiência e conseguiria revolver sentimentos de dor e amor que perpassam diversos tipos de relações.
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