Não tente acompanhar o fôlego de Heitor Possidonio! Aos 27 anos e modelando há sete, o belo passa os dias em contato com os clientes da Es Collecion BH, toca sua marca de acessórios masculinos, está envolvido na produção da Havaiannas Pool Party e, mais recentemente, tem a missão de receber as pessoas, unindo seu carisma e sua rede de contatos, como host da Josefine.
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E não é só isso! Ele é graduado em administração com ênfase em Comércio Exterior pela PUC e faz pós-graduação na mesma área na FGV. Ufa!
Ao Guia Gay BH, Heitor Possidonio, solteiro há três meses, contou como vê a cena noturna LGBT da cidade e do País, qual a sensação de contribuir para a reinvenção do clube mais famoso de BH, quais seus projetos e o que faz uma festa ser perfeita.
Como avalia a receptividade dos belo-horizontinos à Es Collection?
Trabalho há mais de um ano na parte administrativa, importação e no atendimento direto ao cliente da loja. Os belo-horizontinos e todo o Brasil receberam e se adaptaram à marca muito bem. A ES Collection vem ganhando a cada dia mais mercado e sendo desejada por todos pela qualidade e pelos produtos diferenciados que comercializa.
Você também tem feito acessórios. Como começou esse interesse?
Comecei fazendo para mim, por não encontrar no mercado algo diferenciado e de boa qualidade. Depois de alguma pesquisa, encontrei o local onde marcas conceituadas (tais como Carmen Stephen, Zack etc) compravam as peças e comecei e fazer.
Meus amigos mais próximos viram, gostaram e pediram que eu fizesse para eles. Por conta disso, passei a comercializar. O cordão com o pêndulo nas costas é o que faz mais sucesso, e foi uma criação minha que até hoje ainda não vi em outro lugar. Tenho planos de montar uma marca no futuro e levá-la a todo o Brasil.
Você tem percebido que os homens estão mais desejosos por esses itens?
Os homens estão cada vez mais vaidosos. Tornaram-se consumidores ávidos de acessórios e o mercado de moda masculina vem crescendo com isso.
Defina uma festa perfeita para você, isso sendo você um cliente.
É aquela em que o produtor se preocupa ao menos com o básico que toda festa precisa ter: som, iluminação, grandes nomes do momento, público, conforto, local adequado, decoração e bom atendimento.
A data também é crucial e dever ser bem analisada. Hoje, em uma festa, quem seleciona o público são os produtores com suas divulgações direcionadas a um segmento específico, com uma linguagem cada vez mais mais descolada e sem muita formalidade.
Também é essencial saber quantas pessoas em média irão na sua festa para que não falte nada. Acho constrangedor festas em que a bebida acaba, não é mesmo? Mas a cereja do bolo é o produtor surpreender. De preferência, com alguma novidade que destaque sua festa de qualquer outra.
Que casas ou festas de produtoras fora de BH você destaca como as melhores atualmente?
Casas ou festas de produtores pelo Brasil têm se destacado muito ultimamente pela qualidade, creio que por conta da concorrência que vivemos hoje. Quando se fala em grandes clubes, o que vem na cabeça da grande maioria é a The Week. É um grande nome e responsável por festas maravilhosas.
Algumas labels têm se destacado e merecem ser mencionadas até porque estão ganhando cada vez mais mercado e projeção nacional (e até internacional). Republika, Revolution, The Mansion Epica, Joy, Brazilian Pool Party, Hell & Heaven e E*Joy são alguns dos diversos exemplos.
Um clube próximo a BH, a Qube, em Divinópolis, vem sendo descoberto pelo público. Só ouço elogios sobre a estrutura, o atendimento e até a respeito das atrações e festas que têm sido feitas na casa.
Como surgiu o convite para ser host da Josefine?
O convite veio do consultor e diretor artístico do clube, Sergio Cardoso, que sugeriu meu nome aos novos administradores, Elaine Oliveira e Márcio.
Fui escolhido para assumir as funções de host da casa porque eu tenho presença nos lugares, sou educado e tenho um certo carisma (palavras deles) (risos).
Também conheço muita gente, frequentadores e não frequentadores e gente de todas as idades,o que é algo natural em mim. Então, começamos um trabalho para coletar a opinião dos frequentadores sobre a boate e junto com eles realizar melhorias.
Como encara o desafio?
Sou uma espécie de anfitrião da casa e procuro manter uma relação mais próxima e pessoal com todos os clientes. O objetivo maior é fazer com que o cliente sinta-se bem recebido e mais à vontade na noite.
Mas creio eu que a principal função do host é perceber o ambiente e como as pessoas estão se sentindo, e ter um olhar crítico e analítico para ver o que agrada ou desagrada os clientes.
Tenho encarado o desafio como um aprendizado. De certo modo, eu já possuía alguma facilidade em me comunicar e fazer muitas amizades. A diferença é que agora é fundamental respeitar o espaço pessoal de cada um e, de maneira alguma, forçar qualquer proximidade. Essa relação tem que ser natural e confortável para ambos.
Quais os principais objetivos que você e Elaine traçaram para seu trabalho como host?.
Fidelizar cada vez mais os clientes e frequentadores, trazer de volta alguns clientes antigos que deixaram de frequentar a noite, ouvir todos eles e apontar para diretoria da Josefine o que está funcionando e o que pode ser melhorado dentro da boate.
É preciso conversar e ser simpático com todos, vestir a camisa da Josefine e ser um dos representantes de frente da casa. A noite de BH tem se diversificado com várias produções e o desafio de melhorar é permanente.
Na sua opinião, como a Jô pode continuar, nesse cenário, a ser referência para a diversão gay na cidade?
A Jô se preocupa em acompanhar a evolução da noite em geral. Somos reconhecidos nacionalmente como o principal clube em BH. Mas para manter esse título, é necessário fazer mudanças, ouvir o público e colocar em prática novas ideias e sugestões.
Também é importante trazer novidades que agradem às diversas tribos da cena. Não é um trabalho fácil e necessita de muita estratégia e paciência. Tudo que envolve pessoas deve ser tratado de modo a não causar mal-entendidos.
Vem aí a terceira edição da Havaiannas Pool Party. Você faz parte dela desde o início? O que vocês estão preparando para a festa?
Participei do grupo de organizadores na primeira edição, ajudei a fazer a festa acontecer, mas o coração da Havaiannas é o Warley Bruno, que, com seu carisma e empenho redobrado, conseguiu com que a festa fosse reconhecida como uma das melhores pools em BH.
Por motivos pessoais e profissionais, não pude fazer parte da organização na segunda edição. Na terceira edição, estou presente mais uma vez e muito feliz por isso, pois a festa se consagrou na cidade e na região metropolitana, trazendo também pessoas do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, dentre outros Estados.
Estamos trabalhando para fazer uma festa incrível e criar uma vibe memorável. Queremos cumprir com todos os quesitos básicos para que a festa seja um sucesso com aquele toque de criatividade e inovação. Desejamos ver olhinhos brilhando!