Professora de Educação Física na rede pública mineira, Sara Azevedo, 31 anos e de origem indígena, disputa vaga para a Câmara Municipal de BH pelo Psol.
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Lésbica, Sara explicou ao Guia Gay BH que terá três bandeiras principais no seu possível mandato: a LGBT, a feminista e da educação.
Por que decidiu se candidatar a vereadora?
Representatividade importa. A partir disso, a construção de uma candidatura, para mim, não é só uma decisão minha, mas feita por um coletivo de pessoas que acreditam na transformação da sociedade. A Câmara é um espaço necessário de ser transformado, visto a alta do conservadorismo nesse ambiente.
Por que escolheu o Psol?
O Psol é o partido em que todos os lutadores se encontram. Hoje seus bravos seis deputados federais são reconhecidamente os melhores. O partido foi o primeiro a falar sobre a pauta trans em um debate presidencial, com a nossa candidata Luciana Genro. Sou militante há quase 10 anos nesse partido e luto dia a dia para ele fazer e ser diferente.
Quais são suas principais bandeiras?
Como mulher, não posso me furtar de falar do machismo cotidiano. Como lésbica, não posso deixar de representar uma comunidade cujo um integrante morre a cada 28 horas. Como professora, não posso esquecer que a escola é um lugar em que explode contradições e recebe pouco investimento.
Além disso, acredito numa escola sem censura, com liberdade, diferente do que os conservadores querem a tornar. Queremos com essas três frentes elaborar projetos e propostas para a Câmara que representem mulheres, LGBTs, educação; que a partir do que sou, pode transformar realidades.
Quais as maiores dificuldades que tem enfrentado na campanha?
Os poderosos não nos querem nos espaços institucionais. Fazem da política um balcão de negócio. O poder da grana que destrói coisas belas, parafraseando Caetano Veloso, é o poder que faz a campanha ser disputa desigual dentre tantos candidatos.
BH tem uma concorrência de 34 candidatos por vaga. A maior do país. Portanto, a disputa financeira com os que pagam cabos eleitorais, jogam panfleto pela rua, é um grande dificultador.