Saunas e cinemas pornôs 24 horas esquentam madrugada de BH

O 'Guia Gay BH' passou a noite nos 7 lugares de sexo que evidenciam o lado libidinoso da cidade

Publicado em 02/11/2014
BH está no topo da cidades mais lugares de sexo 24 horas do Brasil

Por Welton Trindade

Não é um, não são três... São sete cinemas pornôs, saunas e sex clubs gays que funcionam 24 horas em Belo Horizonte no fim de semana (seis nunca fecham). Esse número faz BH empatar com São Paulo no topo da lista de cidades com mais estabelecimentos desse tipo no Brasil. A quantidade de lugares é igual, mas BH tem cerca de cinco vezes menos habitantes que a capital paulista! Conclusão: em lascívia, os belo-horizontinos estão disparados na frente! 

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Para conferir esse cenário e sair da frieza dos números, o Guia Gay BH passou a madrugada de um sábado em um intenso rodízio nesses lugares e mostra o oposto: o "calor humano" que aquece as noites da cidade. E como aquece!

A maratona começou na After House, mais nova opção do centro e com proposta rara no país: cinema pornô com clube. À 0h30, a pista, ainda com poucas pessoas, vivia a expectativa pelo início do show de Carlinhos Brasil e seus boys "interativos" (ótimo adjetivo). 

A vantagem era que a espera não precisava ser vivida de forma pudica, na dança. Do lado oposto ao palco, uma parede faz divisória para os três cinemas pornográficos da casa: um com filmes hétero, outro gay e, novidade, o terceiro com produções lésbicas, a mais vazia. 

A única luz vem das projeções. Vultos em passos rápidos e figuras que apenas observam são maioria. Entrentanto, ufa, há os mais despachados. Aqui e ali esses fazem o que está nas telonas passar a ser menos interessante para a retina. Um casal de lésbicas se beija e olha, ao lado, um casal gay indo, digamos, além dos beijos - se é que eles existiram. 

Tudo indo bem, mas o som no palco chama para a pista. Cinco go-go boys dançam. Entretanto, em tempos de toque de tela, o tato quer mais. Em uma nova entrada, os dançarinos, de cueca, descem e ficam à disposição da clientela (uma mulher e dezenas de homens). E dá-lhe apalpadas! Em uma nova entrada, nu total no palco. Mas digamos que faltou animação aos strippers, aquela que sobrava no público. 

Hora de ir para o outro lado da praça Raul Soares, ao tradicional cinema G World Video. Um grupo de homens e mulheres conversavam no bar. Na sala maior, filme hétero e apenas olhos nervosos. No segundo andar, a projeção gay e outros sentidos sendo mobilizados. Um casal com ares de entrega sentimental se beija de forma comportada. Outros dois, do coração ficaram apenas com a ação. Um deles, depois do ápice, simplesmente foi embora. Mas para nossa empreitada aquele era apenas o início!

O destino agora - com trajeto feito a pé sem nenhum medo maior - é a avenida Amazonas. A Cabine da Tupis, o menor dos sete lugares, é prova do quanto a madrugada em BH pode ser a mais desejada: a entrada da 0h às 8h custa R$ 2,50. De 8h à 0h, R$ 2. Uns ficam nas cabines com glory holes, mas é no pequeno corredor - com janela para avenida - que há os olhares. E conversas. Inclusive sobre namorada (!). Mas deixemos os atos falarem: em alguns minutos, o papo se encerra e é na privacidade da cabine que a dupla parece se entender mais. 

A alguns quarteirões dali, na avenida Olegário Maciel, o cine Canal - com centenas de filmes para locação, cabines, uma sala de projeção hétero e outra menor, ao fundo, gay - torna-se o novo front desta reportagem. O som dos filmes só é encerrado por algumas discussões dos responsáveis pelo lugar com moradores de rua que insistem em entrar. Lá dentro um rosto familiar. Ah, sim, estava na Tupis. Tempo de caça é assim! Dentre as poucas abordagens recebidas, duas com pedidos de um "trocado". BH não dorme no ponto! 

Avancemos! O nome da sauna, 24 Horas, entrega tudo. O relógio marcava 3h30. Nas espreguiçadeiras, no segundo andar, dois viam um jogo de vôlei ao vivo. No bar, embaixo, um trio na conversa. E só? Nada disso! O quarto escuro: o que não havia nele de luz sobrava em sons e mãos espertas. Na impossibilidade de contar pessoas, vê-se três emaranhados delas. Era a noite e seus entes pardos! 

Confissão: um sono começou a ameaçar, mas ânimo, hora de ir para Kratos, misto de cinema e sauna, ao lado do Parque Municipal. A entrada de pessoas era significativa. A saída era nula. O adiantar da hora já fazia algumas vítimas. Espreguiçadeiras serviam de aconchego para alguns dormirem. Mas havia os despertos! E bem despertos. Eis que pela janela, em plena ação (e que ação!), vê-se o sol, que dá uma de curioso e começa a aparecer. 

Antes do sol imperar, vamos ao Club Odeon, na Floresta. De saída, um homem com camiseta dasua despedida de solteiro. O desenho era dele com o noivo! Fofo! E o fim da solteirice pode ter sido bem animado. Muitos saem da balada e concluem a noite na Odeon, a maior da cidade. O ponto negativo era que fazem isso antes das 6h, quando chegamos. Mas alguns corpos ainda nutrem a esperança. Outros a realizam!

Aqui é o fim da reportagem, mas não da diversão. Afinal, estamos em BH, esqueceu?


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