Faixas de pedestres arco-íris são forma em vários lugares do mundo de mostrar apoio e marcar a visibilidade LGBT, mas parece que elas estão com os dias contados na Flórida, nos Estados Unidos.
Tanto diretrizes do governo estadunidense quanto do Estado da Flórida determinam o fim do que eles chamam de "arte asfáltica".
Em 1º de julho, o ministro de Transportes dos Estados Unidos, Sean P. Duffy, deu prazo de 60 dias para que as pinturas sejam apagadas. Seu antecessor, no governo Joe Biden, era o gay Pete Buttigieg.
Para ele, cores "não padronizadas" não pertencem às ruas, que são "para segurança, não para mensagens políticas ou obras de arte".
O Departamento de Transportes da Flórida, Estado governado pelo republicano Ron DeSantis, foi ainda mais longe: ameaçou de reter financiamento das cidades que desobedecessem a determinação.
Apesar do motivo principal alegado para tirar os tons de arco-íris das ruas ser a segurança, pesquisas mostram o contrário.
Segundo a Folha de S.Paulo, estudo de 2022 de Bloomberg Philanthropies, que financia projetos de arte ubana, examinou histórico de acidentes em 17 locais com arte no afalto em várias regiões do país.
Foram registrados 83 acidentes a menos nos cruzamentos analisados - uma diminuição de mais de 50% em comparação com dados anteriores à pintura das faixas.
Analistas e ativistas sabem que o motivo de apagar as cores LGBT das ruas é político.
Com medo de perder financiamentos, algumas cidades já começaram a repintar as ruas, como Boynton Beach e Gainesville.
Até a faixa de Orlando corre risco de desaparecer. Note-se: ela tem um significado ainda mais marcante para a comunidade.
A pintura foi uma das homenagens feitas pela cidade para marcar a chacina de 49 pessoas mortas na boate LGBT Pulse, em junho de 2016.
Em Key West, a Câmara Municipal aprovou, an semana passada, texto que declara o cruzamento onde as faixas estão pintadas como "distrito cultural valorizado" como forma de conseguir fugir da obrigação de apagá-las.
"É parte da identidade da nossa comunidade ser um lugar inclusivo, que acolhe todas as pessoas", afirmou o comissário da cidade, Samuel Kaufman, que apontou que o cruzamento é uma das áreas mais fotografadas de Key West.