Um vereador gaúcho foi indiciado pela Polícia Civil por homofobia contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), por chamá-lo de veado.
Segundo a Carta Capital, o relatório da investigação foi encaminhado ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul na quarta-feira 28.
Caberá ao Ministério Público decidir se aceita a denúncia ou a arquiva.
O indiciado é Edimar Biazzi (PL), presidente da Câmara de Vereadores de Vacaria (a 240 km de Porto Alegre).
No último 1º de abril, o vereador, ao defender a liberdade de expressão, afirmou que poderia chamar o governador de "veado sem problema nenhum".
A sessão estava sendo transmitida ao vivo pelos canais oficiais da Câmara na cidade.
Para a polícia, Biazzi extrapolou os limites da imunidade parlamentar para ofender Leite com termos pejorativos.
"A imunidade parlamentar é uma garantia constitucional para o livre exercício do mandato, não um escudo para manifestações preconceituosas”, afirmou o delegado Vinícius Nahan, responsável pelo inquérito, de acordo com a reportagem.
"Ofensas com teor discriminatório, desvinculadas de qualquer crítica política legítima ou manifestação de opinião sobre atos de governo, não estão protegidas por essa prerrogativa."
Tanto Biazzi quanto Leite não comentaram sobre o indiciamento.