Ser ativo ou passivo pode mudar tratamento de câncer de próstata

Pesquisa abordou viés pouco explorado a respeito da doença

Publicado em 10/08/2025
cancer de propostata gay
Diminuição do pênis e dor no ânus são algumas das consequências de métodos de cura

Estudo publicado nesta semana na revista científica Nature aponta que a depender se o paciente de câncer de próstata for ativo ou passivo, a indicação para o tratamento deve ser diferente.

Curta o Guia Gay no Instagram

O texto tem como título "Escolha de tratamento e resultados de saúde sexual em homens gays e bissexuais com câncer de próstata".

Os dois métodos mais comuns para tratar e curar este tipo de câncer são a prostatectomia radical - que é a retirada completa da próstata e das vesículas seminais - e a radioterapia.

Ao todo, 154 homens com idade média de 65 anos participaram da pesquisa com este viés ainda raro no tema.

Em geral, estudos sobre câncer de próstata limitam-se a analisar impactos em ereções fortes o suficiente para a relação vaginal, "produzindo um viés heterocêntrico na literatura e ignorando homens gays e bissexuais", relatam os pesquisadores.

A expectativa é que um a cada oito homens desenvolvam a doença em algum momento da vida e um em cada 41 morram deste mal.

Os homens pesquisados que realizaram a cirurgia apresentaram maior probabilidade de sofrer de climactúria, que é a perda de urina durante o orgasmo.

Este grupo também teve mais disfunção erétil relacionada a uso de preservativo e diminuição do comprimento e da circunferência do pênis (69% em comparação com 49% dos demais).

Os pacientes que passaram por radioterapia não estavam imunes de passar pelas situações acima - ainda que com menor probabilidade - e apresentaram mais chances de sentir dor recorrente ou persistente durante relação anal passiva.

A conclusão é que pacientes de câncer de próstata que são ativos na cama "podem apresentar melhores resultados de saúde sexual" com radioterapia, enquanto que os pacientes que são passivos podem ter menos dor anal se forem submetidos à prostatectomia radical.

O estudo sugere que mais pesquisas sejam feitas nesse sentido, já que o número de pacientes que submeteu à cirurgia (127) foi muito maior do que os passaram pela radioterapia (27).

Obviamente, outros fatores devem ser levados em conta pelo médico na hora de decidir o tratamento, tais como o estágio da doença, a idade e a saúde geral do paciente.


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.